Segundo a Teoria de Gaia, proposta em 1970 pelo cientista inglês James Lovelock, a Terra é um ser vivo, um auto organismo que se regenera no sentido de criar um ambiente físico-químico sempre em ótimas condições para a existência de vida no planeta. A vida do Planeta não pressupõem que haja condições para a existência da vida do Ser Humano, implica sim que haja condições para a existência de Vida do Planeta. E, neste ponto, introduzo a temática da Astrologia. O Zodiaco, faixa dos signos, é uma Espiral de Evolução Cósmica, que suporta no tempo e no espaço a sequência da relação vibratória entre o micro e o macro-cosmos, a Terra e o sistema solar, o homem e o planeta. Ou seja, a Terra, é um actor numa gigante peça de teatro onde cada qual sabe o seu lugar, o seu papel e os seus movimentos. Há uma geometria sagrada cósmica perfeita. Há jogo de forças que traduz um sistema em evolução e no qual fazemos parte. Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos na Terra.
O nosso sistema solar, desde 2012, quando ficou imerso na faixa designada por cinturão de fótons – luz, ano considerado por muitos como o início da Era de Aquário, Era de Ouro, Era da Luz, acelarou o processo da mudança de cenário, ou seja, na relação vibratória entre o Homem e o Planeta – Era de Peixes para a Era de Aquário. Um nova peça iria começar, uma nova trama, pelos menos mais clara a partir da lente dual do Ser Humano. Os actores cósmicos – nível macro, são os mesmos, porém ao movimentarem-se em “novas” frequências – novo palco macro, impulsiona a humanidade para que as tramas e o palco da matéria, do mundo tângivel, pelo qual nos movemos e no qual experiênciamos realidades humanas, se alinhe – cenário social, político, económico, espiritual. Na verdade, somos filhos da Terra, a Terra é um filho do Sol, e o Sol é um filho da Galáxia. E todos somos Um na consciência, na Mente de Deus. Tudo faz parte de uma engrenagem, de uma trama cósmica perfeita. A Terra, sendo um organismo Vivo, autoregenera-se, tem a capacidade de se autorregular. É um actor, sabe o seu papel na Peça Cósmica.
Quando Plutão, um actor cósmico, ingressou no signo de Capricórnio – signo de Terra, estruturas sociais, ordem, limites – a 26 de Janeiro de 2008 e de onde sairá a 18 de Novembro de 2024, iniciou a maior crise financeira desde 1930. Nos EUA, o banco de investimentos Lehman Brothers, entra em falência arrastando, como uma bolha, todo o mundo para uma crise mundial. Na verdade, esta energia Plutónica liberta, colapsa o que está invisível e o que necessita de ser libertado para integrarmos os novos programas – Era de Aquário, nas estruturas que orientam a vida tângivel. Plutão reflecte o submundo, uma realidade sombria, escondida pelo nosso ego e pelas normas sociais – véu que esconde os novos potenciais de evolução. A um nível mais macro, a Terra, nossa Mãe, vai naturalmente reflectir em si essa mudança vibracional provocada pelo trânsito de Plutão em Capricónio. Nós – filhos da Terra, a humanidade, somos convidados a olhar para as piores partes de nós mesmos – individual e colectivamente nas estruturas que devemos largar ou reconstruir a partir de uma nova visão, dos novos downloads disponíveis para a humanidade – Era de Aquário, mente cósmica. Plutão rege o signo de Escorpião, simboliza a fênix que ressurge das cinza, a borboleta que emerge numa representação da transformação e da cura interior através do autoconhecimento. Faz emergir temas que devem ser iluminados - rompe ilusões, em busca da verdade absoluta.
Plutão rege a energia nuclear, os vulcões, os terramotos, a energia fóssil, a instabilidade tectônica e, por conseguinte, os terremotos. O actor Plutão revela o conteúdo escondido da Terra, das estruturas cristalizadas. Plutão rege tudo o que está oculto, assim como o tesouro escondido. Tem uma forma, uma força destrutiva, porém, ele é o fogo purificador da criação do Novo – humanidade e Planeta. Hermes Trismegisto, pai da Alquimia, diz que “o que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora". Nós somos um sistema menor síncrono com o sistema maior, tudo está sujeito à evolução e nós fazemos parte deste neste projecto evolutivo. Com um “novo” cenário nos céus, que encaminha a humanidade para um novo degrau da Espiral da Evolução Cósmica, e face ao novo ambiente vibracional provocado pelo movimento dos outros actores, a Terra mexe-se, ajusta-se, regenera-se. A mente de Deus, energia que permeia tudo no universo, no qual a Terra, e nós fazemos parte, movimenta os actores.
Grandes terramotos ocorridos na história, nos quais se tem estudado a partir de uma análise Astrológica, verifica-se que quando os três atores celestes – Plutão, Urano e Saturno estão em aspectos desafiadores entre si e com os Nódulos, constituem um forte impulsionador vibracional para a existência de terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis. Desde 2008, com a entrada de Plutão num signo de Terra - Capricórnio, já seria expectável o acelerar destes acontecimentos. Porém, quando outros atores intervêm na peça, provovando uma geometria sagrada cósmica perfeita para as transformações profundas, o potencial é muito forte. A 12 de Janeiro de 2020 - conjunção entre Plutão e Saturno em Capricónio; 17 de fevereiro, 17 de Junho e 24 de Dezembro de 2021, Saturno em quadratura – ângulo desafiador, com Urano (transita pelo signo de Touro até 2026); 4 de Abril de 2019, Plutão em conjunção ao nódulo Sul. São algumas datas, do movimento de outros actores, provovando uma geometria rara nos céus, céu que nos movimenta a todos.
A Terra regenera-se, controla a manutenção da própria vida. Como mãe, fala com os seus filhos. Numa visão a partir do actor Ser Humano, há uma alteração na relação ecológica entre este e o planeta. O ciclo de Plutão faz morrer tudo o que é tóxico e já não serve dentro do inconsciente colectivo e individual. Faz com que estados ocultos e subterrâneos surjam e entrem em erupção. É como um vulcão dentro do indivíduo, traz a larva, convulsões, a luz ao insconsciente cristalizado e reprimido. Plutão é frequentemente o planeta da “crise de cura”. Ele é a força vital criativa da natureza – uma Nova Natureza, Nova Terra. Porém, a família cósmica, no qual a Terra faz parte, continua o seu caminho Espiral de Evolução Cósmica – expansão da consciência, nos diferentes palcos. Cabe a nós, raça humana, escolher se queremos continuar a fazer parte da trama.
Silvana Correia
Artigo Publicado na Revista Espaço Aberto
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