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Foto do escritorSilvana Correia

2023 – Plutão em Aquário, Nós o Povo


‘’É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas'', Antoine de Saint-Exupéyk in O Principezinho. A humanidade vive um processo da Fênix que ressurge das cinzas. 2023 revelará ainda mais a força das larvas que querem conhecer a sua dimensão borboleta. A força do colectivo, do povo na transformação da sociedade. Há um paralelismo entre alguns ciclos planetários e acontecimentos históricos marcantes para a humanidade, sendo estes os grandes divisores de águas, de mudanças de paradigmas, de consciência. O movimento de Plutão define os grandes capítulos da história mundial, marca temas geracionais de significado histórico. Plutão é um planeta geracional, transpessoal – visão planetária, universal. O início desta crise, desta transformação, corresponde à entrada de Plutão em Capricórnio em 2008, de onde sairá em Novembro de 2024 para ingressar em Aquário, signo no qual transitará até 2044. Porém, devido ao seu movimento directo e retrógrado, Plutão transitará pelo último signo de Ar do zodíaco, três meses em 2023, e nove meses em 2024. Lembrar que, em 2008, iniciou a maior crise financeira desde 1930. Nos EUA, o banco de investimentos Lehman Brothers, entra em falência arrastando, como uma bolha, todo o mundo para uma crise mundial.


Movimento de Plutão em Aquário:

23 de Março de 2023 - entra em Aquário;

11 de Junho de 2023, devido ao seu movimento retrógrado, ingressa novamente em Capricórnio;

21 de Janeiro de 2024 – volta a Aquário;

1º de Setembro de 2024, devido ao seu movimento retrógrado, ingressa novamente em Capricórnio;

19 de Novembro de 2024 entra novamente em Aquário onde fica até 2044;


Em 2023 e 2024, Plutão está na sua caminhada final por Capricórnio, a sua expressão está muito forte, acelerando as quedas e a dizimação, fazendo morrer tudo o que é tóxico e já não serve dentro do inconsciente colectivo e individual. Observaremos, de uma forma expressiva, a acção titânica de Plutão, fazendo emergir para a luz, ainda mais temas de corrupção. O ingresso de Plutão em Aquário − por três meses em 2023, potenciará muito gigantes manifestações. O poder do povo, do colectivo, será ainda mais explosivo, radical e imprevisível, bem como o abuso de poder das estruturas sociais sobre esse mesmo povo. Veremos um micro ínicio, do que está por vir nos próximos anos, em diferentes áreas, até 2044. A vida, tal como a conhecemos, ficará apenas na nossa memória, uma Nova Era da humanidade está apenas em fase de incubação.


Plutão, o grande mestre das trevas, das crises, define as transformações de Eras e épocas, inícios e fins. Tem um ciclo, por todo o zodíaco, de cerca de 248 anos. Planeta de extremos, de transformações radicais, desde 2008, tem criado o caos nas estruturas sociais, estruturas de poder, economia. Esta energia Plutónica liberta, colapsa o que está invisível e o que necessita de ser libertado para integrarmos os novos programas –, Era de Aquário. O ciclo de Plutão faz morrer tudo o que é tóxico e já não serve dentro do inconsciente colectivo e individual. Plutão rege o signo de Escorpião, simboliza a Fênix que ressurge das cinzas, a borboleta que emerge numa representação da transformação e da cura interior através do autoconhecimento. Faz emergir temas que devem ser iluminados - rompe ilusões, em busca da verdade absoluta. Ele simboliza o poder da Natureza, de Deus, de uma força maior. Elimina o que não sustém a vida, para deixar espaço para o Novo. Rege tudo o que é massivo, titânico. Está associado à sombra colectiva, aos movimentos de massa. Na sua expressão sombra, simboliza tirania, corrupção, controle e poder absoluto, figuras de poder que infuência governos, bancos, grandes coorporações, lado obscuro, negro, o que opera por trás da cortina. Como regente de Escorpião, lida com a energia cármica da morte e do renascimento. Esperar suavidades na transição para uma Nova Terra, uma Nova Consciência, seria como esperar que um elefante entrasse numa loja de cristal e não partisse nada. Não há expansão sem contração – a história fala-nos disso. A humanidade está na contração, no choque, na fricção. Em 2023 a polarização será ainda mais profunda, evidente, radical, podendo gerar, ainda mais grupos fanáticos, gerando caos e violência, através da proliferação de ideias radicais e ações de grupos violentos.


Aquário é o Ar da mais alta frequência, é o Ar para além da mente analítica, é a mente superior. Traz a percepção de como podemos caminhar para o futuro, como podemos resolver grandes desafios que nos parecem irresolúveis em todas as áreas –, ambiente, economia, agricultura, sistemas, redes, sociedade, ciência -, é a visão mais abrangente do movimento evolutivo. Aquário contempla a reforma da sociedade para o benefício de todos, visão colectiva, onde a ética, a justiça fazem parte como sendo algo intrínseco, natural. Rege a tecnologia, a comunicação de um para muitos –, internet, redes sociais, a ciência, o povo, o colectivo.


Em 2023, potencialmente, veremos cada vez mais empresas como: Amazon, Google, Microsoft, Apple, Facebook, Twitter, entre outras, a serem escrutinadas por diferentes práticas obscuras, contudo, a serem ainda mais agressivas no uso das mesmas. O tornado de desinformação, de ruído, de ataques através da informação será ainda mais radical. Os ciberataques contra países, corporações, pessoas irão aumentar e ficar mais agressivos. Podemos ver um aumento de patologias geradas por radiações, aumento da bipolaridade, esquizofrenia, problemas mentais. As novas armas, o campo de batalha, estará cada vez mais na internet, na inteligência artificial, na biotecnologia e ADN, nos algoritmos, no big data – na manipulação dos mesmos. É uma guerra onde vale absolutamente tudo, onde o ser humano é manipulado através de sua parte neurológica – guerra de quinta geração. Ou seja, é a sombra de Putão, abuso de poder, sobre o coletivo com novas armas – Aquário.


A última vez que Plutão transitou por Aquário, foi no Sec VIII (1778-1998), porém, foi só em 1930 que foi descoberto. Aquando o trânsito anterior, ocorreu a Revolução Francesa – 1789-1799, época no qual Urano foi descoberto, regente de Aquário. O povo – Aquário, reivindicou, perante aqueles que estão no poder: Igualdade, Liberdade e Fraternidade – o slogan da Revolução Francesa. Em 2023, um grito colectivo parecido começará a ser entoado com mais força. Os trânsitos de Plutão por Aquário marcam tempos de grandes convulsões, lutas, guerras, porém, marcam um salto no despertar colectivo – é o Ar da Mente de Deus, sintético e unificador. Impulsiona a humanidade para o desenvolvimento social, político, económico, científico, assentes na visão de que todos os seres humanos são iguais, estão interconectados e têm os mesmos direitos.


Os anos finais de Plutão em Capricórnio, e o início de Plutão em Aquário, coincidem com o trânsito de Urano em Touro – 2018-2026, e os eclipses, até Outubro de 2023, no eixo Touro-Escorpião. Ou seja, signos do elemento Terra, liga-nos à matéria, posse, segurança, lado tangível. Touro é a primeira Terra do zodíaco, é a manifestação da realidade física. Rege o dinheiro, as posses, os recursos, sendo, por isso, o símbolo perfeito para simbolizar o mundo financeiro. Capricórnio, a última Terra do Zodíaco, simboliza as instituições sociais, de tudo que a sociedade estrutura no tempo, no sentido de organizar a sua vivência no colectivo. Em 2023, com o Plutão por três meses em Aquário – energia Yang, rápida e imprevisível, focada no futuro, acelera transformações no mundo financeiro – na segurança, nas posses, podendo ocorrer mudanças radicais que comprometem a confiança sobre as instituições financeiras. Uma crise maior do que em 2008 poderá ocorrer. Em simultâneo, poderemos ver um forte crescimento na economia descentralizada e tecnológica, por exemplo, um grande crescimento na moeda digital – criptomoedas, onde assumirão cada vez mais um local de destaque pelos agentes económicos – famílias, empresas, instituições financeiras. Haverá um aumento do movimento transhumanista – uso da ciência e da tecnologia no ser humano por forma a este se tornar um Homo Deus, transcendendo as suas capacidades naturais, ou seja, robotização do ser humano, um híbrido composto por partes orgânicas e cibernéticas. Haverá cada vez mais a fractura da sociedade, isolando grupos e pessoas, no entanto, cada vez mais grupos e comunidades começam a reafirmar e a recuperar o poder, unindo forças e conectando-se em redes, no sentido de compartilhar ideias e recursos resolvendo, por exemplo, a falta de alimentos devido às dificuldades criadas na sua distribuição, questão que possivelmente se agrava muito em 2023.

A 20 de Dezembro, Júpiter ingressa em Carneiro, onde está até 15 de Maio. Ou seja, acompanha, nesta energia explosiva de Carneiro, os três meses de Plutão em Aquário – 23 de Março a 10 de Junho. Júpiter é a Grande Visão, a sabedoria, a perspectiva mais elevada – expansão de horizontes. É a consciência livre da ilusão, ele é o grande filósofo. Simboliza a boa fortuna, as grandes oportunidades de crescimento. Rege as leis, ética, religiões, povos, nações, justiça, cultura, comércio internacional. Em Carneiro, energia máxima de Fogo, pode potenciar o conflito entre países e organizações internacionais sobre temas: religiosos, étnicos, leis, comércio internacional, fronteiras, batalhas jurídicas, reavaliação de leis. Numa análise micro, é a expansão da coragem do Eu – Carneiro, na afirmação da sua vontade, da sua voz. No entanto, na sombra, é a expansão da raiva, da agressividade na reivindicação por direitos, justiça, igualdade, clareza.


De lembrar que, em Dezembro de 2020, Saturno e Júpiter ingressaram em Aquário, e fecharam um ciclo de cerca de 800 anos pelos quatro elementos, iniciando outro ciclo de 800 anos pelos quatro elementos, começando pelo elemento Ar (Aquário, Gêmeos, Balança) – um ciclo, neste elemento, de cerca de 200 anos. O momento dessa mudança de elemento recebe o nome de - A Grande Mutação. A Grande Mutação – Saturno e Júpiter em Aquário, é um gigante impulso para a humanidade integrar a nova energia da Era de Aquário. É uma marca de grandes transformações na vida social, na geopolítica e na forma como o ser humano vive, sente e está no planeta. Fechamos um ciclo de 200 anos de valorização do Ter para entrarmos na Era da valorização do Ser – individualidade, consciência coletiva, fraternidade, poder pessoal e espiritual. Desde Dezembro de 2020 Saturno esteve a abrir caminho nos temas de Aquário, no entanto, Saturno, o grande Deus do Karma -, Chronos, em Março de 2023 ingressará em Peixes, onde estará até Fevereiro de 2026 – outro grande acontecimento astrológico em 2023, tema a ser desenvolvido num futuro artigo.


Em 2023 sentiremos um micro ínicio do poder de Plutão em Aquário, energia que revolucionará toda a nossa existência até 2044, em todas as áreas –, economia, ciência, tecnologia, estruturas sociais, cultura, consciência, relação do indivíduo com o ambiente, ordem social. São tempos incríveis! É inimaginável o que o ciclo de Plutão por Aquário trará para a humanidade. Vivemos num tempo extraordinário de fechos e inícios de grandes e gigantes ciclos planetários. A entrada de Plutão em Aquário, é mais um forte impulso no caminho evolutivo inevitável para a humanidade. Há um jogo de forças que traduz um sistema em evolução e no qual fazemos parte, quer acreditemos quer não, quer escolhamos quer não. Segundo o que estaria “’escrito’’ na Tábua Esmeralda atribuída a Hermes Trismegisto, “’pai” da Alquimia e Mestre da sabedoria Antiga – “’o que está em baixo é igual ao que está em cima, que o milagre da unidade possa ser cumprido”’. Plutão regenerado é a entrega da vontade do Homem à vontade de Deus, para que o milagre da vida possa ser cumprido. Como indivíduos e como humanidade, consciência colectiva - Aquário, somos impulsionados a rendermo-nos a uma Força Maior, ao Milagre da Vida.


Silvana Correia Artigo escrito para a revista Espaco Aberto www.revistaespacoaberto.pt https://www.revistaespacoaberto.pt/artigo-detalhes.php?id=524

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