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No momento exacto da primeira respiração de uma criança, ou no momento em que um projecto, ou qualquer outra coisa que tenha entrado na “vida” naquele momento, os corpos celestes (como planetas, Sol e Lua) estavam numa determinada posição no nosso sistema solar. Aplicando uma analogia, o mapa astrológico natal e/ou de trânsitos planetários do que tivesse entrado na “vida” naquele momento, representaria uma "fotografia" à posição dos corpos celestes (como planetas, Sol e Lua) nesse momento exacto — sendo observados numa determinada ponto do planeta Terra. Essa posição dos corpos celestes vai afigurar certos padrões energéticos, certas forças.

Nesta perspectiva, ao nascermos, reproduzimos, à nossa escala, o jogo de forças que se passava no universo naquele momento — transformando-nos no que poderíamos designar por uma espécie de micro sistemas solares. Esta matriz energética, que está impressa no nosso ADN, manifesta o nosso bilhete de identidade cósmico. Importa sublinhar que esta matriz energética  vai acompanhar-nos dinamicamente ao longo de todo o nosso processo de vida. Como afirma Confúncio: 

 

A Astrologia Transpessoal –

A linguagem cósmica para a alma

   Link da Revista - APC - Associação Portuguesa de Cristaloterapia

                                     https://issuu.com/joana144/docs/apc_magazine_3_edicao

 

   10 de Dez. de 2017 

     

 

O que é o mapa astrológico natal?

“O poder da força espiritual é o cosmos - como é evidente em tudo! Ele é invisível para os olhos e silencioso aos ouvidos, inseparável ​​de tudo e nada pode impedir.”

Este jogo de forças que fica impressa no nosso ADN, traduz uma linguagem cósmica, uma linguagem misteriosa e profunda. É deste modo que “sinto”, “experiencio” e “vivo” a Astrologia — como uma linguagem cósmica para a alma; para o que penetrou na “vida” no planeta Terra.

Na verdade, como afirma Plotino, filósofo neoplatônico: “O Horóscopo é uma carta de amor de Deus codificada e dirigida  ao  ser humano”. Esta carta de amor, escrita pela linguagem simbólica de arquétipos dos planetas, não nos fala apenas de traços de personalidade, seria uma visão muito redutora, ela transcende a persona; ela “expressa” a energia daquela alma e da sua “tarefa” para esta encarnação.

De facto, estamos numa abordagem transpessoal, dado que transcende a análise da “barreira” da personalidade e da mente. Esta última, quase sempre, senão sempre, condiciona, limita ou dificulta o processo da expansão pessoal ligado aos seus verdadeiros potenciais.

A Astrologia Transpessoal nasceu através de Dane Rudhar em 1930. Rudhar foi o primeiro a integrar o indivíduo no macro cosmos com a finalidade de revelar o sentido daquilo que acontece na vida de uma pessoa — seja no plano existencial, seja no plano espiritual. A Astrologia passa a fornecer uma orientação alargada, consciente e integrada com o potencial e propósito individual de cada SER.

Segundo Rudhar: “A astrologia é uma técnica da conquista da sabedoria”. Efectivamente, sinto que a grande “dádiva” que a Astrologia nos traz é a abertura da consciência do nosso SER a vários níveis. Por conseguinte, tornamo-nos mais empoderados para realizarmos mudanças que o nosso “caminho de alma” assim “solicita”. Sentirmo-nos mais abertos, mais livres, uma vez que compreendemos que podemos escolher fluir/integrar com o ritmo e ciclos que estão harmonizados com a nossa essência e a nossa potencialidade. E é esta liberdade conectada, responsável e consciente — que nos encaminha a movermo-nos nos ciclos “mais favoráveis” para o nosso crescimento de alma — que torna a Astrologia tão apaixonante para mim.

Consideremos como exemplo, o caso de uma mulher que, a da altura da vida, não entende porque a relação com o seu companheiro de 20 anos, que a mesma sentia ser feliz, começa a “desabar”. Tomando por base a análise astrológica relativamente aos trânsitos planetários nesse momento da sua vida, observamos que o planeta Plutão em trânsito encontrava-se a fazer conjunção ao seu descendente natal. No sentido de clarificar a matriz energética do intenso planeta que é Plutão, farei uma breve descrição do mesmo. O planeta Plutão é um planeta transpessoal, trabalha ao nível do “despertar da alma”, e o seu “convite” é: transformar, curar, regenerar, acordar o inconsciente que estagna o caminho de alma, entre outros. Deste modo, o impulso activado pelo “padrão energético” de momento para essa mulher, considerando o forte “despertar” do trânsito planetário de Plutão ao seu descendente natal, será transformar/regenerar/curar a dinâmica das suas relações. Existindo esse impulso energético no momento, é natural, diria mesmo, quase forçoso, que aconteça algo no seu interior que a faça despertar para “mais”. Sendo assim, começa a observar a relação a partir de outras perspectivas — passa a sentir que a relação com o seu companheiro tal como está, não integra, não flui e não se conecta com o novo SER que sente despertar dentro de si.

O seu crescimento de “alma” impele a transformações. Isto é, o impulso originado pela matriz energética definida pelos ciclos planetários no momento, e tendo obviamente por base o seu mapa astrológico natal, leva-a a um desejar algo “maior”, mais alinhado com a sua evolução de alma. Acontecimentos, sentimentos, encontros, dúvidas, perdas, entre outros, começam a suceder. Após este trânsito, diria que a forma como esta mulher sentirá e estará nas relações não será mais a mesma. Não implica de forma nenhuma término da relação, mas sim transformação no “estar” e “sentir” as relações.

Importa levantar aqui algumas questões muito relevantes: Este trânsito impulsiona-nos a mudanças da mesma forma? Será que todos sentimos estes trânsitos com a mesma consciência, intensidade e profundidade? Estamos igualmente conscientes da “proposta” dessa matriz energética que nos envolve e impele? Entendemos a mensagem? Sofremos ou nos é confortável no mesmo grau que todos os indivíduos? Não, obviamente que não. Este processo está intimamente conectado com o grau de consciência que temos. Sobre este assunto, Edgar Cayce afirma: “Se a pessoa se aproximar da perfeição na vida física, estas visitas planetárias não são dolorosas pois o indivíduo passa sem “beliscões” por estes testes que para outra pessoa são assustadoramente reais. Estas visitas são necessárias para enfrentar e libertar o ego”. Na realidade, a nossa consciência/atitude relativamente à experiência determinará se o processo de transformação será mais ou menos confortável. Entendo que o mais importante neste processo é a nossa “abertura” e “consciência” para um mergulho de transformação/renovação que estas energias nos “convidam”, elas: limam, despertam, orientam, curam, entre outros, no sentido de evoluirmos para algo maior, mais feliz, mais alinhado com a alma.

Como afirmado, a matriz energética derivada da posição das estrelas e dos planetas aquando o nascimento de um indivíduo fica impresso no ADN. Sobre este assunto, Yogananda refere o seguinte: “uma criança nasce num dia e uma hora em que os raios celestes estão em harmonia matemática com o seu karma individual. O seu horóscopo é um exato desafiador que revela o seu passado inalterável e os seus prováveis resultados no futuro”.   Efectivamente, a leitura de um mapa astrológico natal e/ou de trânsitos planetários, permite trazer à consciência do indivíduo o seu caminho passado e actual e de que forma pode mover-se para o seu crescimento interno neste plano de vida.

Nesse sentido, podemos afirmar que a leitura do mapa astrológico natal será a interpretação da linguagem cósmica impressa no nosso ADN. Portanto, a leitura surge como um meio fabuloso para: iluminar caminhos — caminhos que sempre presentes mas nós não o víamos — entender processos do momento; ganhar uma visão mais alargada da “lógica” da “viagem”; entender porque atraímos sempre o mesmo padrão de relações; entender a razão pela qual nos surgem muitos desafios em determinadas áreas de vida, entre outros.

Nesta perspetiva evolutiva, entendo que o factor de maior importância na leitura de mapa astrológico natal e/ou de trânsitos planetários é que nos permite compreender certos “movimentos”, acontecimentos e estados de “ser”, e, deste modo, é-nos mais facilmente possível navegar pelo “bolo” energético cósmico natal ou/e de momento. A título de exemplo, imaginemos que um indivíduo tenha como energia natal a seguinte configuração: lua em quadratura com plutão, Neptuno, Úrano ou saturno. Sem entrar em explicações astrológicas, dado que não é pertinente no momento, é claro que a questão emocional, a vários níveis, surge como uma proposta de “tarefa” da sua alma para esta encarnação.

Considero que o mais relevante não é afirmar que o indivíduo tem essa proposta de “tarefa” no âmbito emocional, mas sim entender o que significa essa matriz energética num campo mais vasto do seu desenvolvimento consciente. Nesta óptica, estamos na esfera da Astrologia Evolutiva. O indivíduo ao entender a “espada” que sente no seu peito, pronta para o ferir, quase como que um karma, ela deixa de ser “sentida” como uma “espada” e passa a ser apenas um novelo energético que traz na sua vibração desde que a sua alma “entrou” neste plano. Acontece um empoderamento da sua própria vida pelo menos nessa área. De facto é possibilitado ao indivíduo entender, que não está perante algo estático mas sim dinâmico. É energia, não é imutável. O “convite” ao longo da vida será: desenrola, limpa, clarifica, cura e transforma esse novelo energético.

Por: Silvana Correia

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